Relato - Visitas Técnicas aos Museus


Visita técnica ao Museu Oceanográfico do IOUSP

O Museu Oceanográfico do Instituto Oceanográfico da USP, fundado em 1988 é um Museu Institucional e tem como objetivo principal a difusão da ciência Oceanografia e as pesquisas desenvolvidas pelo Instituto na Universidade.

Para alcançar seu objetivo, desenvolve diversas atividades como visitas monitoradas a exposição permanente, exposições itinerantes, empréstimo de material didático e viagens de campo de estudo do meio.

Na visita técnica ao Museu, as turmas conheceram primeiramente o equipamento de projeção patenteado pela NASA/NOAA, a Sience on a Sphere (S.O.S), ou Ciência na Esfera. A S.O.S é um equipamento composto de uma tela de projeção esférica de policarbonato de 1,70m de diâmetro, onde 4 projetores multimídia simultaneamente exibem imagens e vídeos obtidos por satélites da Agência Espacial Americana. Tudo isso graças a uma conexão fixa de internet que atualiza o software a cada 15 min.

Por mostrar uma visão global de como são os oceanos, projetos atmosféricos e ser possível trabalhar tanto meteorologia quanto astronomia, a S.O.S foi o que mais demonstrou interesse em ambas as turmas.

A segunda parte da visita foi a exposição permanente que contêm diversos instrumentos oceanográficos utilizados na obtenção de dados e coleta de água, sedimentos e organismos marinhos. Além de painéis com informações sobre as embarcações utilizadas pelo Instituto, como os Navios Oceanográficos (NOc.) Prof. Wladimir Besnard e Alpha Crucis e os Barcos de Pesquisa (BPq.) Alpha Delphini, Veliger II e Albacora. O Camboriú, primeira embarcação adquirida pelo IOUSP (1954), também faz parte do acervo.

Em seguida, as turmas visitaram o acervo vivo, composto por aquários e a ossada de uma baleia. Nessa parte, uma conversa sobre o filme “Procurando Nemo” foi iniciada, uma vez que os aquários continham os peixes palhaço (Nemo) e cirurgião – patela (Dory) e há uma passagem do filme em que Dory o e o pai de Nemo ficam presos dentro de uma baleia.

A visita monitorada finalizou com a ida das turmas ao setor de empréstimo, onde o educador e chefe do museu Sérgio Teixeira de Castro mostrou organismos marinhos conservados no formol e explicou que qualquer pessoa pode fazer empréstimo dos mesmos, mediante apresentação de um ofício.





Visita técnica ao Museu de Geociências do IGUSP

A visita técnica ao museu de geociências foi coordenada pelo geólogo Ideval que primeiramente deixou o público observar primeiro o acervo. Então começou a apresentar de maneira geral, explicando a catalogação e dizendo que a maioria das amostras são doadas de colecionadores, também existindo doação de professores e alunos.

A essência da catalogação no museu de geociências é a classificação iônica, dessa maneira fica fácil de encontrar determinado mineral, matéria prima de fabricação, rocha, gemas e pedras preciosas, meteoritos e minerais fluorescentes, porque segue uma ordem. Em frente a cada objeto há uma placa com a descrição de nome, fórmula química, coleção, sendo que o museu só recebe as amostras se tiver procedência.

O educador explicou como trabalham com o público escolar, existindo um espaço kids para as crianças sentarem e ouvirem melhor. Tem um velociraptor no meio desse espaço, elas ficam entretidas com ele e começam a questionar.

Há uma mesa do toque desenvolvido especialmente para as pessoas com deficiência visual, mas pessoas sem deficiência podem utilizar esse espaço para sentir as rochas, fósseis, réplicas, representações e minerais. Disse um pouco de cada objeto que tinha nessa mesa, o que foi bem interessante para a abertura de um diálogo com os visitantes.

Explorou também regiões do Brasil com o conhecimento que o público trazia e foi além do tempo presente, criando uma comunicação interativa entre conhecimento e exposição. Deixando os visitantes observarem os minerais fluorescentes e novamente o acervo depois da breve explicação dada, terminou informando que recebem alunos a partir dos 3 anos de idade, desenvolvendo um trabalho com os mediadores voluntários e mostrando como funciona o empréstimo de amostras do recurso didático e a doação de amostras repetidas, não ocorrendo descarte nenhum.





Visita técnica ao Museu de Arqueologia e Etnologia

A primeira visita técnica aconteceu com um grupo de 16 pessoas entre elas professores, educadores de museu, estudantes de turismo e pedagogia e mestrandos e doutorandos. A educadora do MAE focou a visita no educativo: quais são as dinâmicas que o museu propõe para o grupo que faz a visita, os materiais didáticos utilizados foram mostrados e a educadora contou a história de cada material: como foi criado, com qual intuição foi produzido. A maior parte das perguntas que surgiram nesse grupo foi sobre esses materiais, por exemplo: todas as pessoas que quiserem levar esse material para casa, podem, ou só professores?.

Depois de vermos e conversarmos sobre os materiais didáticos que o MAE produz vimos a exposição. A monitora explicou um pouco sobre e nos deixou livre para vermos e usarmos o espaço como quiséssemos. Exploramos juntos as réplicas que o museu fez para, principalmente, pessoas com deficiência visual, mas que todos acabam aproveitando.

O fim do percurso foi visitar o arquivo com as urnas, cangas, pequenas peças. Esse arquivo é aberto ao público com um controle rígido de temperatura e umidade, por exemplo.

O museu tem dois educadores doutores em arqueologia e educação e uma pessoa que trabalha no administrativo. O MAE também conta com 14 bolsistas. E às vezes contam com a colaboração de pessoas de outras áreas para acompanharem os projetos expositivos.

A segunda visita técnica seguiu outro percurso e com jeito diferente de lidar com o público. Além disso essa visita foi feita por apenas 10 pessoas.

Percebe-se que o MAE tem um cuidado muito grande com as pessoas com deficiência visual, eles sempre tentam criar materiais que os ajudem a entender o conceito, formato, proporção.





Visita Técnica ao Museu de Zoologia

A proposta da visita foi fazer com o grupo o mesmo percurso realizado com o público escolar - além de seguirmos o trajeto da exposição, paramos e conversamos diante de fósseis, animais taxidermizados e painéis que costumam ser mais explorados durante as visitas agendadas.

O tema da biodiversidade é priorizado na exposição e há uma intenção para que o ser humano se reconheça enquanto parte disso e não como elemento externo à natureza. As réplicas escolhidas para compor a exposição se deram pela representatividade que têm no processo evolutivo - duas réplicas de dinossauro em exposição representam espécies que deram origem às aves, e o terceiro fóssil traz a tona o problema da extinção. Segundo a educadora, o sentido da exposição não parece estar explícito na própria expografia mas é construído na relação do educativo com o público.

Foi explicado pela educadora o próprio funcionamento do museu, tanto no que se refere à coleta de materiais e incorporação ao acervo quanto o que se refere ao processo de investigação científica do próprio acervo. São estes processos ocultos na expografia mas que podem ser acessados em diálogo com o educativo.

Ao final, fomos levados a um espaço na exposição destinado à oficinas e conversas com grupos escolares, público alvo do museu, onde conhecemos materiais disponibilizados nestes encontros, problematizando assuntos como a biodiversidade e também técnicas bastante difundidas em museus de zoologia, tal é o caso da taxidermia.




Visita Técnica ao Museu Paulista

Devido ao fechamento do museu, a visita aconteceu na casa onde tem ocorrido as ações educativas da instituição. A conversa iniciou-se com uma apresentação das duas educadoras do museu, que abordaram a trajetória histórica, trataram sobre as primeiras coleções voltadas à História Natural e posterior desmembramento dessas coleções que, inclusive, deram origem ao MAE e Museu de Zoologia, também ligados à USP.

Uma questão abordada foi a crise de identidade do Museu Paulista, considerando que o prédio foi concebido como um monumento à Independência, mas não se restringe a essa temática. Também conversamos sobre a relação do público com o museu, que mantém uma memória afetiva devido às próprias experiências no local, e que também considera o museu símbolo da cidade. Um desafio para o educativo é desconstruir as concepções prévias do público quanto a origem e uso do prédio, comumente como palácio da família real.

Outra temática abordada diz respeito à relação entre educação e museu. Ainda que o público escolar fosse bastante presente desde a década de 80, o educativo só foi criado em 2001. Antes disso, apesar de haver uma preocupação com as ações educativas, elas não ocorriam de forma sistemática. Com a criação do setor, o trabalho abarcou a mediação com o público e diferentes estratégias, assim como a avaliação das visitas e ações de divulgação utilizando os espaços do entorno. O grande desafio hoje é pensar o papel do educativo na atual circunstância em que o museu se encontra fechado.




Visita Técnica ao Museu da Educação e do Brinquedo

Os visitantes foram recebidos pelas Professoras Doutoras Ermelinda Moutinho Pataca, Martha Marandino e a Educadora Beatriz Hungria. Uma apresentação prévia da exposição, a respeito da criação do MEB e sua condição atual, tanto no que diz respeito a limitação financeira quanto física, foi realizada pela Prof. Ermelinda.

Os visitantes, compostos, sobretudo, por professores e interessados na prática de visitação educativa de museus, foram conduzidos à exposição e dividido em dois grupos. Um deles ficou inicialmente com a Prof. Martha que apresentou os brinquedos e outros objetos expostos e o outro grupo, com a Educadora Beatriz, que apresentou as obras de Sandra Guinle expostas ao lado da exposição Brincar ou Ensinar? Após isso, houve a troca de grupos e mediação.

A Educadora Beatriz realizou também com os visitantes, uma das atividades que são desenvolvidas com as crianças quando estas visitam a exposição: a construção de um barquinho de papel mediada por uma contação de história.

Ao final da exposição, a Prof. Martha solicitou ao grupo que escolhessem, cada um, um brinquedo e tirassem uma foto para expor na página do MEB no Facebook, além de fazerem um comentário a respeito do porquê da escolha daquele brinquedo.